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Só para dizer que a minha tese de doutoramento vem na nota 5 da página 29 do Le Monde Diplomatique deste mês, num excelente artigo da Carla Maia de Almeida intitulado A literatura infantil não é neutra. E não, não é nada neutra.
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E sim, fui passar o fim-de-semana fora e perdi a modéstia algures na serra.
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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
super-heróis I
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os super-heróis existem. mesmo. são pessoas magníficas, serenas, éticas e consequentes. marcam-nos para sempre. mudam o mundo para melhor e não pedem nada em troca.
os super-heróis existem. mesmo. são pessoas magníficas, serenas, éticas e consequentes. marcam-nos para sempre. mudam o mundo para melhor e não pedem nada em troca.
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Nelson Mandela, 1918-2013
foto | libertação, 19.fevereiro.1990
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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
bibliographias
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tenho um amigo muito amigo, meio bibliotecário meio almocreve de livros antigos que, em vez de ter uma casa normal como as pessoas normais, tem uma espécie de caverna do Ali Bába, cheia de livros e outros derivados do papel.
tenho um amigo muito amigo, meio bibliotecário meio almocreve de livros antigos que, em vez de ter uma casa normal como as pessoas normais, tem uma espécie de caverna do Ali Bába, cheia de livros e outros derivados do papel.
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o ‘abre-te sésamo’ faz-se a
partir do site bibliographias e também no facebook
boa viagem!
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013
o meu filho é um poeta
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o mar é como um ser poderoso
que me recebe no seu palácio e
traz ondas para eu nadar e
empurra as coisas que eu construo na areia
como se quisesse brincar comigo.
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o mar é um amigo.
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o mar é como um ser poderoso
que me recebe no seu palácio e
traz ondas para eu nadar e
empurra as coisas que eu construo na areia
como se quisesse brincar comigo.
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o mar é um amigo.
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Pedro Miguel Ribeiro
dois.dezembro.doismiletreze
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013
no próximo sábado, no bairro dos livros
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O Porto em miúdos - o Porto antigo contado às crianças no Bairro dos Livros : Ler é uma Lenda
Sábado, 9 de Novembro
na maravilhosa Livraria Moreira da Costa
entre as 16h e as 17h
Vemo-nos por lá!
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Dizem que o Porto –
mais que uma cidade –
é um sentimento.
O Porto faz-se – sobretudo – das pessoas
das vidas que correm e das memórias que criam.
Faz-se das histórias que se vivem e se lembram,
que se guardam e se contam.
Histórias antigas e histórias que se constroem
a cada dia. Histórias que são nossas e que são
de toda a gente.
O Porto faz-se de histórias
que falam de outro tempo,
mas que carregam a mesma cidade.
Carregam o mesmo sentimento.
raquel patriarca
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quarta-feira, 6 de novembro de 2013
curtas # 6 ou pombos de inverno
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conheço
meticulosamente
cada viela dos meus sonhos
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conheço
meticulosamente
cada viela dos meus sonhos
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joão manuel ribeiro | doismilenove
trajectória inconsútil do desejo | pombos de inverno | excerto
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
poema para uma tília
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Quero escrever um poema para
uma tília que conheci quando era
pequena.
Já se não podem escrever poemas
às magnólias que são
magníficos relâmpagos
ou aos rododendros que são –
todos –
mais-que-perfeitos
(e eu, pequena, nem sabia o que
era uma magnólia
nem conseguia dizer
ro-do-den-dro).
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Eu brincava com a alegria de
quem
tem pouco juízo e sabe, menos
ainda,
das coisas da vida.
Às vezes descalça, mas sempre
de chapéu e sorriso, à beira
dela, assim pequena e roliça
(eu, porque ela era imensa
imensa, de segurar o céu nas pontas dos ramos).
Ela, com as flores muito brancas
em redonda cabeleira de mulher
velhinha e sábia,
gastava-se de tempo comigo e
brincávamos no silêncio das
tardes sem fim,
num quintal estreito com
alfazemas no jardim.
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Ela, muito sossegadamente doce e
cheirosa,
deixava-me subir e ficar
sentada,
as pernas penduradas a abanar,
mais alta que as casas e que
torre da igreja,
no lugar dos sonhos e dos contos
de encantar.
E eu fazia de conta que
chegava a um outro país,
de gigantes e anões e animais
pensantes e faladores,
com tesouros floridos de magia e
segredo,
onde enchia saquinhos de pano
com
o cheiro das folhas e a brancura
das flores,
que trazia, como curas de
milagre, que
se guardassem em frascos com
mola na tampa
e etiquetas de papel e letras
desenhadas.
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Ela prometia bem-fazer aos
resfriados,
assim fervente em malgas grandes de louça pintada,
enquanto aquecia os meus dedos
gorduchos
e as mãos pequeninas e muito
brancas
da minha avó, nas manhãs dos
invernos frios,
que na serra da minha infância,
os invernos
eram sempre mais brancos e mais
frios.
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Éramos muito amigas, a tília, a
minha avó e eu,
mansamente abrigadas no quintal
estreito
onde crescia a tília
onde eu era pequena e roliça e
de onde via o mundo,
assim, sentadamente feliz e
desimportada de tudo.
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Quero escrever um poema para
uma tília que me cresce na
memória,
imensa imensa
na largueza do abraço e na
altura do horizonte,
o poiso magnífico e
mais-que-perfeito
das criaturas do céu e das cores
da serra,
com cheiro de carinho e de
inverno
entre a curva do pescoço e os
cabelos de mulher velhinha,
que são flores brancas de ramos
mais altos em cada dia,
cabidas em mãos pequeninas onde
eu cabia.
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Agradeço à árvore de abrigo
onde sonhava crescer e ser
grande e escrever e pintar,
e para onde, agora grande, posso
sempre voltar,
carregada de outros sonhos e de
outros invernos,
descalça ainda, mas quente e
sossegada e nunca só,
como se abraçada na folhagem do
colo de uma avó.
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raquel patriarca | um.novembro.doismiletreze
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terça-feira, 29 de outubro de 2013
ainda a propósito da conferência na biblioteca de S. Lázaro em Lisboa, recebi hoje o melhor email de sempre...
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Só devia haver São Lázaro no Porto, num país decente
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A história é daquelas em que só acreditas por ta dizer minha, e conta-se rapidamente. Recebi um telefonema durante a semana em que me perguntava o meu pai se queria ir a Lisboa acompanhar a progenitura (que lá ia a um congresso) este fim de semana, ontem e hoje. Fui hesitando, se sim ou sopas, até que li que ias dar uma conferência à biblioteca de São Lázaro alfacinha, e então decidi-me. Que sim. Pensando, de resto, ser essa uma biblioteca que há muito queria conhecer, mas que apanhava sempre fechada, no Chiado. Resultado: vou descendo as Avenidas, a pé, cheio de tempo, parando nas bancas dos restauradores, divagando por ruelas que ainda não conheça, e chego ao Chiado pouco depois das quatro. Em vez de ir logo confirmar se a biblioteca é a que penso, como fazem as pessoas previdentes, detenho-me numa feira do livro ao ar livre numa ruela perpendicular à Garrett - faz-se sempre aos sábados, pelos vistos -, em que estão por exemplo a vender o que sobra da biblioteca do Urbano Tavares Rodrigues a 1€ cada peça. Com isso, dou-me conta de que passam já alguns minutos das cinco e bato na debandada possível (talvez 20 kgs em cada mão, pelo menos - mal me conseguia arrastar...) para o sítio que supunha certo, ou, melhor, que nunca supus poder ser incerto: quem desce do Chiado para a Câmara, ao fundo. Ao lá chegar, biblioteca nenhuma (nem com o largo suposto consegui atinar; muitos anos já sem ir a Lisboa em turismo). Voltar atrás, pedir informações, ninguém na rua - polícia, lojistas, transeuntes quaisquer - conhece biblioteca alguma. Respiro fundo, suspiro, que sim, que há. Uma muito simpática (mas lentinha...) funcionária da loja de Belas-Artes, tão solícita quão trenga (não estou a ser mal agradecido, era mesmo um exaspero de trenguice), lá me descobre por fim no Google que a biblioteca em questão fica numa tal Rua do Saco. Ver onde fica essa Rua do Saco. Lados dos Anjos, ou o que o valha: Penha de França, etc. (*) Porra, penso. O trengo sou eu. 20 kgs em cada mão, quase seis da tarde, conferência decerto a acabar quando chegasse, mesmo que de taxi...desistir. E lamentar-me pela nabice proverbial: nem conferência da Raquel, nem Barcelona-Real Madrid de que heroicamente abdicara para o efeito (só para teres uma ideia da tua importância relativa...), e, demais, ter de esperar ainda uma hora para o encontro que marcara também no Chiado. Menos mal que trouxe livros. Mas "porra" continua a ser le mot juste que me ocorre.
(A biblioteca que imaginava, se é que é a mesma, talvez seja a Camões. Antes, pela hora de almoço, conheci a central, no Palácio Galveias, em rebuliço pelo Doc Lisboa, com extensão lá, cheia de malta. Há na Lísbia quase tantas bibliotecas municipais - 11, parece-me - como mães).
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* (vejo agora que até aí a rapariga era trenga, e que afinal a morada ficava bem mais perto, para o Intendente)
Que tal (suspiro) correu a coisa?
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Gonçalo Henrique | vinteesete.outubro.doismiletreze
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