terça-feira, 16 de junho de 2009

madrugada


às vezes acordo antes da manhã
muito cedo
sem descanso e sem abrigo

já a alma não está comigo

os ossos doridos de sonhos
improváveis
o espírito cansado
despreparado

não tenho vontade de encontrar
esse dia estranho
que vai nascendo
devagar

queria que o tempo parasse
só hoje por favor
queria esconder-me e ficar de fora

mas talvez seja igual
despertar amanhã
assim como agora

sem ânimo e sem calma
os ossos tristes e o espírito manco
o corpo ainda sem alma


raquel patriarca
onze.junho.doismilenove

2 comentários:

  1. hum... há dias assim. Mas que tal escreveres num papelinho as tuas "decisões para 2009" e o colocares na mesa-de-cabeceira? :)

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  2. como eu queria também que às vezes o tempo parasse. um poema simples. como o desejo de uma madrugada perpétua. parabéns.

    (circodesombras.blogspot.com)

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