durante qualquer coisa que
possa ser tomada como
medida de tempo – uma
vida, um soluço, tanto faz –
abandonei-me das dúvidas e
acreditei
nos milagres, nas
mentiras, na possibilidade de
todos os impossíveis e todos
os infinitos.
acreditei por vontade de
esperança.
para fugir de cinismos e tédios e mesmices. acreditei por desespero
e
sofro as dores de sentir
moribundas
as expectativas. sangra-me
a vontade
e, em breve, a lividez inerte
limpará os vestígios
de quaisquer boas vontades.
pensadas ou cometidas
serei incólume. entregue a
nada. crente em nada. pela rendição
aos absurdos, parte
integrante do indiferente. em
repouso e à espera, sem
tecto e sem relento que,
entretanto, o vento
r.p.
nove.novembro.doismiledez
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