quinta-feira, 17 de março de 2011

poesia e outras surrealidades úteis

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o dia em que atingiu a maturidade não tinha nenhum significado especial. era quinta feira e o sol tentava desarrepelar-se das nuvens. a meio caminho de atravessar a estrada, sem os vestígios da epifania ou apoteose que se esperam num momento de absoluta clarividência, descobriu uma verdade fundadora. quando pisou o passeio do outro lado, estava em paz. aceitara sem reserva a natureza desajustada de si próprio e a incapacidade molecular para compreender a aritmética das coisas da vida. aceitara a incoerência como condição essencial de existência e o absurdo de depender a felicidade nos sorrisos alheios, na poesia e noutras surrealidades úteis.
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r.p.|dezassete.março.doismileonze

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