a parte má de se andar – uns dias atrás dos outros – a fintar o desânimo e a fazer de conta que não nos afecta, é que naqueles poucos dias em que – ocupados às turras com qualquer coisa – o filho da mãe nos apanha despreparadinhos de todo, enquanto se nos encadeiam os olhos e a alma na revelação inegável da estupidez humana em todo o seu esplendor, enterra-se-nos o corpo e a vontade pela terra adentro, numa profundidade efectiva e mensurável em cenários de tal maneira insuspeitos que, absorvidos no esforço de auto preservação, mal damos conta que o desânimo, sorrindo com a boca cheia e os dedos lustrosos de gula, nos vai comendo as papas na cabeça.
raquel patriarca
um.julho.doismiledez
pois é... o malandro está muitas vezes atrás da porta à espera que entremos, sentado à mesa à nossa espera, a olhar para dentro do quarto à espera que acordemos ou sentado no lugar do passageiro...
ResponderEliminarmas o perigo não é ele estar (sempre) lá, mas sim entrarmos em casa e dizer-lhe olá, sentarmo-nos à mesa ou no carro a conversar com ele, dizer-lhe 'bom dia' logo que acordamos... o que quero dizer é que apesar de o reconhecermos, não há razão para lhe darmos "corda".
é verdade, trata-se de um oportunista da pior espécie, mas a verdade é que só nos consegue apanhar quando estamos distarídas.
ResponderEliminarComo diz a UPSID10, não razão para lhe dar "corda", quando muito um "chega para lá"!