estava uma aranha na parede
junto à esquina do postigo,
quem vem a descer as escadas do sobrado.
uma aranha enorme.
acto contínuo tirei o sapato e
esborrachei-a.
o bicho estava grávido
e um enxame de miniaturas de cabecinhas
com patas a mais
desceu a parede até ao soalho -
vagarosamente.
segui-o com o olhar
que se me foi encharcando de lágrimas
com sabor a pó e a culpa.
tu vieste saber de mim.
deste-me colo para eu chorar a vergonha
e perdoaste-me no fim.
.
r.p.
vinte.julho.doismiledez
.
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