quinta-feira, 29 de março de 2012

ser poeta outra vez

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plantar palavras
sem terra nem vento
e beijar
as bochechas à lua cheia
inventar desvarios

e sonhar
todos os dias
em viver duas vidas e mais

outra vida e meia
tocar no cheiro dos dias
depois da chuva
e não ter as dúvidas
das pessoas com juizo
ter abraços longos
onde pode caber o mundo
e a alma em colagens
de pedaços de riso
sem razão e sem sentido
de ser assim
esdruxulamente

grande e serena e completa
e existir muito

num momento muito claro
e sentir o sol nos dedos

como se fosse poeta
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raquel patriarca | vinteenove.março.doismiledoze
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