quarta-feira, 8 de outubro de 2008

segundo soneto

2.

hoje o outono entrou-me pela alma.
sentia um vazio que'ele encontrou,
com vagar, encolheu-se e ali ficou
abandonando-se'em silêncio e calma.

sei agora que não volta a sair…
encheu o vazio e'o resto também.
eu sou sua, mas ele, de ninguém
o outono que em mim se veio fundir.

encheu-me'o corpo de cinza, de frio,
de falta, de dúvida, de desejo…
melhor assim que sentir o vazio,

eu queria mais... um sorriso, um beijo
e'ao querer, mais fundo em mim o envio
este amigo que está onde o não vejo.

b. pecorabuona
sete.outubro.doismileoito

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