Alguém se lembra da “Alegoria da Caverna”? Falava-nos do tempo em que o homem (com h grande) apenas tinha a percepção da vida e de todas as coisas da natureza através das sombras que eram por elas projectadas no interior da caverna. Um dia o homem saiu da caverna. A princípio ficou encadeado pelo sol, mas a pouco e pouco foi-se habituando à claridade e ficou deslumbrado com as maravilhas do mundo.
Depois... Bem depois o homem evoluiu, evoluiu, evoluiu, até se tornar num “ser civilizado”. Foi controlando a natureza para melhorar a sua vida, foi construindo umas coisas e destruindo outras, tomou decisões históricas certas e erradas, fez coisas bem e mal... Mas seja qual for a herança que nos deixou esse homem, essa é a nossa herança, e é com ela e a partir dela que temos de traçar o nosso caminho daqui para o futuro.
O problema em mãos é que todos nós já devíamos estar fora da caverna, não fisicamente, do que eu falo é das nossas consciências. O facto de sermos conscientes do que nos rodeia acarreta certas responsabilidades. A responsabilidade de estarmos alerta, de defendermos aquilo em que acreditamos, de protegermos a natureza, de não tolerarmos as atrocidades feitas aos direitos humanos, de procurarmos sempre saber a verdade das coisas e não o que nos tentam vender em horário nobre. Temos a responsabilidade de nos continuarmos a deslumbrar com as maravilhas do mundo.
Não é fácil encarar estas responsabilidades. É preciso ter fé na alma humana, acreditar nas capacidades do homem, na ciência, na natureza, na beleza e na magia de todos os dias. Tudo isto se torna cada vez mais difícil quando a toda a hora vemos e ouvimos o monte de desgraças que vão por esse mundo fora. Por outro lado continuamos a ser “encadeados” – não pelo sol – mas pelos discursos ininteligíveis dos governantes, pelo mau humor de quem encontramos no caminho, pelas montanhas de lixo humano e intelectual que nos entra pela casa a dentro quando ligamos a televisão.
Mas será que a culpa é só deles ? Quantos de nós aderem ao mau humor, ao imobilismo, quantos viram a cara, quantos mudam de canal ou, pior ainda, engolem o que nos é dado?... Nós vamos aos poucos cedendo, aderindo à idiotice geral – que é simultaneamente efeito e veículo da dita globalização. Vamos deixando de ajustar os olhos e as consciências à realidade. Basta-nos que as coisas “pareçam” estar minimamente bem. Basta-nos a ilusão de que somos livres e que vivemos de forma civilizada. Mas até que ponto nos estão a iludir, e a partir de que momento nos estamos a iludir a nós próprios? Se somos livres e civilizados, o que nos impede de mudarmos o que achamos que está mal? Será o sentimento que temos de que não vale a pena? De que já nada vale a pena?
Estamos a regressar à caverna, minha gente! E nem sequer é uma caverna escolhida por nós, porque não é uma escolha plenamente consciente, é um caminho traçado pela convicção de que não há alternativas. Eu não tenho muitas certezas na vida, mas tenho uma: há sempre uma alternativa.
Eu até posso um dia viver numa caverna, mas não agora, e nunca nesta. Ainda tenho fé na alma humana, acredito nas capacidades do homem, na ciência, na natureza, na beleza e na magia de todos os dias. Ainda tenho fé na alma humana e ainda penso que um pequeno gesto pode criar grandes mudanças. Ainda sinto que vale a pena.
Depois... Bem depois o homem evoluiu, evoluiu, evoluiu, até se tornar num “ser civilizado”. Foi controlando a natureza para melhorar a sua vida, foi construindo umas coisas e destruindo outras, tomou decisões históricas certas e erradas, fez coisas bem e mal... Mas seja qual for a herança que nos deixou esse homem, essa é a nossa herança, e é com ela e a partir dela que temos de traçar o nosso caminho daqui para o futuro.
O problema em mãos é que todos nós já devíamos estar fora da caverna, não fisicamente, do que eu falo é das nossas consciências. O facto de sermos conscientes do que nos rodeia acarreta certas responsabilidades. A responsabilidade de estarmos alerta, de defendermos aquilo em que acreditamos, de protegermos a natureza, de não tolerarmos as atrocidades feitas aos direitos humanos, de procurarmos sempre saber a verdade das coisas e não o que nos tentam vender em horário nobre. Temos a responsabilidade de nos continuarmos a deslumbrar com as maravilhas do mundo.
Não é fácil encarar estas responsabilidades. É preciso ter fé na alma humana, acreditar nas capacidades do homem, na ciência, na natureza, na beleza e na magia de todos os dias. Tudo isto se torna cada vez mais difícil quando a toda a hora vemos e ouvimos o monte de desgraças que vão por esse mundo fora. Por outro lado continuamos a ser “encadeados” – não pelo sol – mas pelos discursos ininteligíveis dos governantes, pelo mau humor de quem encontramos no caminho, pelas montanhas de lixo humano e intelectual que nos entra pela casa a dentro quando ligamos a televisão.
Mas será que a culpa é só deles ? Quantos de nós aderem ao mau humor, ao imobilismo, quantos viram a cara, quantos mudam de canal ou, pior ainda, engolem o que nos é dado?... Nós vamos aos poucos cedendo, aderindo à idiotice geral – que é simultaneamente efeito e veículo da dita globalização. Vamos deixando de ajustar os olhos e as consciências à realidade. Basta-nos que as coisas “pareçam” estar minimamente bem. Basta-nos a ilusão de que somos livres e que vivemos de forma civilizada. Mas até que ponto nos estão a iludir, e a partir de que momento nos estamos a iludir a nós próprios? Se somos livres e civilizados, o que nos impede de mudarmos o que achamos que está mal? Será o sentimento que temos de que não vale a pena? De que já nada vale a pena?
Estamos a regressar à caverna, minha gente! E nem sequer é uma caverna escolhida por nós, porque não é uma escolha plenamente consciente, é um caminho traçado pela convicção de que não há alternativas. Eu não tenho muitas certezas na vida, mas tenho uma: há sempre uma alternativa.
Eu até posso um dia viver numa caverna, mas não agora, e nunca nesta. Ainda tenho fé na alma humana, acredito nas capacidades do homem, na ciência, na natureza, na beleza e na magia de todos os dias. Ainda tenho fé na alma humana e ainda penso que um pequeno gesto pode criar grandes mudanças. Ainda sinto que vale a pena.
r. bewusstsein
março de 2002
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