segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

curious expeditions

andava eu a navegar por aí quando encontrei uma coisa linda! há um blog ou site, não sei bem, intitulado "curious expeditions" que dedicou uma das suas edições a algumas das mais bonitas bibliotecas do mundo, com o título "librophiliac love letter"... não há palavras!
é uma "viagem" que aconselho vivamente. mais uma prova de que não há lugar mais romântico e mágico do que uma biblioteca... é o templo por excelência!
demora um bocadinho a carregar, mas vale a pena a espera... e o caminho pode começar já aqui!
b. b. booker
fevereiro de 2008

traduções na bricadeira I



o original:
"the big rock candy mountain"


one evening as the sun went down
and the jungle fires were burning,
down the track came a hobo hiking,
and he said, "boys, I'm not turning
I'm headed for a land that's far away
besides the crystal fountains
so come with me, we'll go and see
the big rock candy mountains

in the big rock candy mountains,
there's a land that's fair and bright,
where the handouts grow on bushes
and you sleep out every night.
where the boxcars all are empty
and the sun shines every day
and the birds and the bees
and the cigarette trees
the lemonade springs
where the bluebird sings
in the big rock candy mountains.

in the big rock candy mountains
all the cops have wooden legs
and the bulldogs all have rubber teeth
and the hens lay soft-boiled eggs
the farmers' trees are full of fruit
and the barns are full of hay
oh I'm bound to go
where there ain't no snow
where the rain don't fall
the winds don't blow
in the big rock candy mountains.

in the big rock candy mountains
you never change your socks
and the little streams of alcohol
come trickling down the rocks
the brakemen have to tip their hats
and the railway bulls are blind
there's a lake of stew
and of whiskey too
you can paddle all around it
in a big canoe
in the big rock candy mountains

in the big rock candy mountains,
the jails are made of tin.
and you can walk right out again,
as soon as you are in.
there ain't no short-handled shovels,
no axes, saws nor picks,
I'm bound to stay
where you sleep all day,
where they hung the jerk
that invented work
in the big rock candy mountains.

I'll see you all this coming fall
in the big rock candy mountains

a tradução:
"as montanhas de rebuçado"

uma tarde, enquanto o sol se punha
e a floresta verde ardia,
p’lo caminho veio um vagabund’andando
e disse “migo, eu não vou ficando,
eu cá vou-m’embora, p’ra’uma terra longe,
passando o mar p´ro outro lado,
venham comigo ver, vamos conhecer
as montanhas de rebuçado.

nas montanhas de rebuçado,
há uma terra linda de morrer,
nasce esmola nos jardins,
dormir na rua é um prazer.
os espaços são abertos,
todos os dias são de verão,
o som das aves é gentil,
nas árvores d’sg ventil,
e as fontes de limonada,
para levar a namorada,
nas montanhas de rebuçado.

nas montanhas de rebuçado
a polícia não tem pés,
os cães são desdentados,
e as galinhas põem ovos estrelados.
as árvores dão muita fruta,
e os campos cereal,
cá o Xixas vai
p’a onde a chuva não cai,
e o vento não sopra,
e donde sol não sai,
nas montanhas de rebuçado.

nas montanhas de rebuçado.
não há peúgas p’a lavar,
corre um ribeirinho de bagaço,
por onde s’anda a passear.
ninguém lá tem mau feitio,
não á feitores nem patrões,
há um lago de guisado,
e fontes de mel coado,
onde se pode navegar,
com um barco para remar,
nas montanhas de rebuçado.

nas montanhas de rebuçado.
a prisão tem grades de latão,
para se poder voltar a sair,
mal se passa o portão.
não há sacholas nem picaretas,
alfaias ou ferramentas,
e a vida segue e calha,
por dá cá aquela palha,
e mataram o paspalho,
que inventou o trabalho,
nas montanhas de rebuçado.

é lá que vos espero,
nas montanhas de rebuçado.

w. eartaker
fevereiro de 2008
primeira imagem - retirada do vídeo; segunda imagem - retirada do cartaz do filme a que pertence a banda sonora a que pertence a música... ufa!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

castelos e princesas

" era uma vez um castelo onde vivia uma princesa..."
castelos ainda se encontram. princesas talvez já não.
almourol - rio tejo - portugal 
m. artmaker
fevereiro de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

the power of the dark side

já alguma vez vos aconteceu sentirem-se incontrolavelmente sugados para o vosso lado negro? aquele lado que vem muito de vagarinho, cheio de boas intenções e falinhas mansas e que, de um momento para o outro, toma conta de nós e nos arrasta para um abismo terrível de sentimentos maus e coisas mal feitas?
eu descobri o meu recentemente. é uma criatura horrenda que eu devia fazer desaparecer num canto escuro da casa
 mas, como ainda sou um bocado inconsciente dos seus malefícios e arrogante da minha capacidade de o controlar, vou apresentá-lo juntamente com uma teoria de trazer por casa que desenvolvi desde que... bem, desde que fomos devidamente apresentados.
devo, em primeiro lugar, esclarecer que não existe um eu e um ele... sou só eu mas em cambiantes de luz diferentes... muito diferentes mesmo!
em segundo lugar, e vou já arrancar com a dita teoria, acredito que todos temos um lado negro mais ou menos normal, andadeiro, quase descartável, que aparece quando nos chega a mostarda ao nariz ou nos pisam os calos. um nós mal-disposto e agreste que surge em alturas diversas... no meio do trânsito, a ver futebol, na repartição de finanças ou a fazer compras de natal no shopping... é diferente para cada um.
mas há um outro nós, o nosso verdadeiro e terrível Lord Darth Vader, que é único e irrepetível e que representa o dom, ou A Força, de cada um mas aplicada ao mal!
passo a explicar. eu gosto de escrever. toda a vida quis escrever. o meu sonho é ser escritora. é o que me faz feliz. é o cantinho do mundo em que respiro melhor
 e encontro paz e solto a alma. é, se quisermos, a actividade que faz fluir A Força dentro de mim.
e é exactamente aí que o meu Lado (Mais) Negro vem atacar... onde há mais energia, mais capacidade... mais Força.
o que me acontece é que, sem eu perceber muito bem como, acende-se um rastilho de maldade que depois não consigo controlar. leio um texto com o qual não concordo, ouço uma opinião de que não gosto ou vejo algo que me desagrada... e click! dispara uma reacção em cadeia que é na maioría das vezes evitável e quase sempre descomunalmente exagerada.
começo normalmente – tenho andado a observar-me... – a arranjar-me na cadeira, a dobrar e esticar os dedos, a ajustar o computador na minha frente e debaixo das mãos. depois começo a escrever... e o barulhinho delicado das teclas transforma-se nos compassos aterradores da marcha que, no Star Wars, acompanha sempre a entrada em cena do Lord Vader, do Imperador, da Death Star, do Exército de Clones e por aí fora. É uma pena eu não conseguir reproduzir aqui o som... sabem qual é: POM-POM-POM-POM-PO-POM-POM-PO-POM, adiante!
depois... bem, depois é um nunca mais acabar de reparos irónicos, trocadilhos maldosos, críticas mesquinhas... sarcasmo, cinismo, veneno puro... do pior que se pode por aí encontrar. é horrível!
de início ainda pensei que fosse uma incursão literária pelos tradicionais géneros de escárnio e maldizer, mas as mais das vezes não é. é arrogância, é julgamento gratuíto, é egoísmo e é maldade.
e o pior de tudo é que um destes dias posso acabar por ofender alguém. mesmo a sério. e não queria nada. portanto, vou fazer o seguinte compromisso: sempre que me der um destes achaques, e não conseguir de maneira nenhuma fazer delete, vou assinar...
lord palpatine
fevereiro.doismileoito