quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

me

my favourite things on earth are: starred skies and sunshine, walking barefoot on the green grass and swimming in the sea wile it rains, ice cream and popcorn, knowledge and mental independence, laughter and good theatre. my favourite things in my life are: books and reading them, my bed and sleeping on it, love and confidence among friends. my favourite things about myself are: my son and my husband, my parents and my sisters and my smile.


the things I absolutely hate on earth are: cynicism, greed, stupidity, arrogance, indifference, bad writing, war and people who hurt children. the things I absolutely hate in my life are: no time to do everything I’ve planned to, routine, traffic, not being smiled back and bad news. the things I absolutely hate about myself are: being compulsive with order (and driving everybody else mental), not being strong enough sometimes, never being ready to “strike back” when people hurt me, feeling that the world is slowly changing me.
b. b. booker
janeiro 2008

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

memória visual III


october 23rd 1940 - library at holland house in kensington - after being aimed at by a fire bomb.
photo by keystone /getty images

criptó-pseudónimos temáticos

quando decidi criar este blog, não tinha nenhuma estrutura pré-definida, nem grandes ideias de concretização. ouvi um dia dizer que os bibliotecários com blogs se limitam a bibliotecar. ou seja: são os primeiros a citar e a comentar e a classificar e a indexar e a catalogar, mas não escrevem, não criam, não lhes sai da cabeça nada de novo, próprio ou original. confesso que não gostei do que ouvi, e a única maneira que me ocorreu para dar cabo da dita teoria foi, pois claro, criar um blog!
portanto, a quem diz que o bibliotecário lê, mas não escreve... é mentira, digo-lhe eu!
e foi assim que dei comigo a abrir pastas e ficheiros no disco rígido, com títulos imaginativos como doc1 e doc2, e a revolver gavetas e caixinhas à procura de todas as idiotices que um dia, por uma ou outra razão, me lembrei de escrever.
pouco depois já estava a editar o conteúdo do meu velho scriptorium no meu recém-nascido blog. nesta fase surgiu um questão duvidosamente pertinente, que vou partilhar: havendo no reportório textos tão antigos e outros tão recentes, de géneros literários diversos, e de temas tão distantes, não me pareceu bem que tivessem todos a mesma autoria. tinha apenas o blank blue booker, criador do blog e autor de artigos de suma importância, como este, aliás.
tive uma ideia, que na altura me pareceu brilhante, e agora... bem, agora nem por isso, mas ainda assim, cá vai: inventei um conjunto de pseudónimos literários, que me soaram bem e minimamente convincentes, com conteúdos e significados subliminares um pouco subtis, mas perfeitamente acessíveis a qualquer pessoa que tenha lido o código da vinci.
e assim nasceu r. bardchild, que é a autora das coisas mais antigas, quando eu era uma criança e queria ser poeta quando crescesse... e um bardo é um tipo de poeta.
e assim nasceu a b. pecorabuona, cujo nome desdobrado e traduzido de italiano para português significa ovelha mansa que é, na verdade, um dos significados do meu nome real, que é de origem hebraica, e que vai assinar a poesia produzida depois dos 18 anos.
e assim nasceu r. bewusstsein, que significa consciência em alemão e que vai assinar os textos de opinião... ou para aí virados.
e assim nasceu a parelha de gémeos m. artmaker e w. eartaker, responsáveis pela selecção de imagens e pela escolha de letras de músicas, respectivamente.
todas as citações são evidente e devidamente assinadas pelos seus autores ou pelos seus pseudónimos.
passado uns tempos, e perante uma manifesta falta de reacção de certa pessoa que permanecerá anónima, vim a descobrir que afinal, a falta de reacção se devia ao facto de não ter a mais pálida ideia de que era eu, e não estes obscuros senhores, a autora das publicações! foi uma surpresa para ambos... sobretudo para mim que vi os meus esquemas tão bem elaborados passarem de enigma interessante a tolice da pior espécie... decidi desfazer os enganos e pronto... a partir de agora vou assinar como bem me apetecer e me der na real gana.
tu, sabes quem és, estou a falar contigo. não voltes a duvidar de mim.
b. b. booker
janeiro de 2008

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

a barata patarata

num secreto lugar
numa linda terra,
entre a cama do rio
e as costas da serra,
numa casa pequenina
atrás de um rodapé
vivia uma barata
que era um pouco xoné!

era tão tola, tão tola…
que nem dá p’ra acreditar!
tinha as patinhas no chão
mas a cabeça no ar.
cada dia ela inventava
asneiras: tolices sem fim
ontem foi apanhar sol,
e perdeu-se no jardim!

b. pecorabuona
março de 2005

o que eu queria que o meu filho soubesse...


que o amo incondicionalmente.
que há-de superar tudo e a si mesmo,
e que há-de ser feliz e forte e grande,
que deve acreditar e teimar e lutar e perder e ganhar,
que no seu coração não há limites.
que a vida o vai magoar muito,
e que o mundo não é o que parece,
que vai perder sonhos, pessoas, amores...
e que às vezes vai ser infeliz e fraco e pequenino.
mas não faz mal, porque eu...
eu amo-o incondicionalmente.
b. b. booker
janeiro de 2008

sábado, 19 de janeiro de 2008

memória visual II

"locomoção rápida em três rodas e dois pedais"
quem me dera ser sempre criança
m.artmaker
setembro de 2007

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

a minha casa II

a minha casa, é só a minha casa.
tanto para mim,
tão pouco para os outros.
é tão grande quanto a minha imaginação,
tão pequena quanto a minha tristeza,
tão longa como a minha vida,
tão estreita como a minha idade.
a minha casa tem segredos, mistérios, alegrias e surpresas.
ela pode levar-me até onde forem os meus sonhos.
é uma casa disforme, presa no fundo do mar.
uma vivenda abstracta que voa com o vento.
uma pequena cabana no meio de uma planície.
um quartinho apertado no centro de uma nuvem.

r. bardchild
outubro de 1988

a minha casa I

casa é onde moro...
sempre? não.
só quando falo sozinha, como agora.
onde é?
nem eu sei.
é em mim, na minha imaginação.
como é?
é linda e muito grande!
não tem portas nem janelas, nem tecto nem chão.
nem paredes, nem cantos.
como entro?
a escrever, a pensar, a dormir.
basta fechar os olhos,
e entro na minha casa,
tão linda e tão grande,
que nem eu a conheço bem.

r. bardchild
outubro de 1988

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

thysanura, o bichinho da cultura

alguém já viu um peixe da prata?
(eu vou já explicar do que se trata)

é um bicho de nome thysanura,
e a sua maior paixão é a leitura.

é muito sábio. como um professor!
aprender tudo é o seu amor.

querem saber como ficou ele assim?
vive numa biblioteca, claro que sim!
à lia
b. pecorabuona
janeiro de 2008

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

a caverna

Alguém se lembra da “Alegoria da Caverna”? Falava-nos do tempo em que o homem (com h grande) apenas tinha a percepção da vida e de todas as coisas da natureza através das sombras que eram por elas projectadas no interior da caverna. Um dia o homem saiu da caverna. A princípio ficou encadeado pelo sol, mas a pouco e pouco foi-se habituando à claridade e ficou deslumbrado com as maravilhas do mundo.
Depois... Bem depois o homem evoluiu, evoluiu, evoluiu, até se tornar num “ser civilizado”. Foi controlando a natureza para melhorar a sua vida, foi construindo umas coisas e destruindo outras, tomou decisões históricas certas e erradas, fez coisas bem e mal... Mas seja qual for a herança que nos deixou esse homem, essa é a nossa herança, e é com ela e a partir dela que temos de traçar o nosso caminho daqui para o futuro.
O problema em mãos é que todos nós já devíamos estar fora da caverna, não fisicamente, do que eu falo é das nossas consciências. O facto de sermos conscientes do que nos rodeia acarreta certas responsabilidades. A responsabilidade de estarmos alerta, de defendermos aquilo em que acreditamos, de protegermos a natureza, de não tolerarmos as atrocidades feitas aos direitos humanos, de procurarmos sempre saber a verdade das coisas e não o que nos tentam vender em horário nobre. Temos a responsabilidade de nos continuarmos a deslumbrar com as maravilhas do mundo.
Não é fácil encarar estas responsabilidades. É preciso ter fé na alma humana, acreditar nas capacidades do homem, na ciência, na natureza, na beleza e na magia de todos os dias. Tudo isto se torna cada vez mais difícil quando a toda a hora vemos e ouvimos o monte de desgraças que vão por esse mundo fora. Por outro lado continuamos a ser “encadeados” – não pelo sol – mas pelos discursos ininteligíveis dos governantes, pelo mau humor de quem encontramos no caminho, pelas montanhas de lixo humano e intelectual que nos entra pela casa a dentro quando ligamos a televisão.
Mas será que a culpa é só deles ? Quantos de nós aderem ao mau humor, ao imobilismo, quantos viram a cara, quantos mudam de canal ou, pior ainda, engolem o que nos é dado?... Nós vamos aos poucos cedendo, aderindo à idiotice geral – que é simultaneamente efeito e veículo da dita globalização. Vamos deixando de ajustar os olhos e as consciências à realidade. Basta-nos que as coisas “pareçam” estar minimamente bem. Basta-nos a ilusão de que somos livres e que vivemos de forma civilizada. Mas até que ponto nos estão a iludir, e a partir de que momento nos estamos a iludir a nós próprios? Se somos livres e civilizados, o que nos impede de mudarmos o que achamos que está mal? Será o sentimento que temos de que não vale a pena? De que já nada vale a pena?
Estamos a regressar à caverna, minha gente! E nem sequer é uma caverna escolhida por nós, porque não é uma escolha plenamente consciente, é um caminho traçado pela convicção de que não há alternativas. Eu não tenho muitas certezas na vida, mas tenho uma: há sempre uma alternativa.
Eu até posso um dia viver numa caverna, mas não agora, e nunca nesta. Ainda tenho fé na alma humana, acredito nas capacidades do homem, na ciência, na natureza, na beleza e na magia de todos os dias. Ainda tenho fé na alma humana e ainda penso que um pequeno gesto pode criar grandes mudanças. Ainda sinto que vale a pena.
r. bewusstsein
março de 2002

memória visual I

"escada"
subir ou descer?

m. artmaker
fevereiro de 2006


memória visual - nova rubrica de mensagens, novidades e opiniões - aparentemente interessantes - partilhadas sob a forma de imagens acompanhadas de comentários bacocos... que rica ideia!, não é? às tantas não, não é... pois.
.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

a biblioteca

"a biblioteca deve ser uma força viva para a educação, a cultura e a informação, um agente essencial para a promoção da paz e do bem-estar espiritual nas mentes dos homens e das mulheres"


Manifesto da IFLA / UNESCO sobre Bibliotecas Públicas
1994

manifesto ao manifesto

este texto, fala directamente ao coração. e expressa de forma muito clara as razões pelas quais muitos de nós se sentem felizes a trabalhar dentro do espaço de uma biblioteca. por muito que nos esforcemos por elaborar um comentário coerente às ideias aqui presentes, parece que os dedos se nos emperram no teclado. está tudo dito. está claro, simples e lindo. soa a uma peça de mozart ou parece uma obra de picasso.
na verdade, grande parte do manifesto da ifla/unesco acerca das bibliotecas públicas se pode aplicar às bibliotecas escolares e universitárias, sobretudo se tivermos em conta que este manifesto é um afirmar de missões, um comprometimento para com a educação e a cultura.
a biblioteca é muito mais do que o serviço, e muito mais que o espaço. a ideia de “templo de conhecimento” é sempre a primeira que me surge, evocando uma imagem, em tempos descrita por um bibliotecário, que afirmava que numa biblioteca devemos procurar ter todo o tipo de saber, e, se não pudermos ter todas as respostas, poderemos pelo menos ter os “mapas” dos caminhos para essas respostas. e se um dia alguém entrar e perguntar onde está Deus, é com toda a serenidade que devemos responder: Deus está no piso 1, nas estantes centrais da parede norte…

b. b. booker
setmbro de 2006

manifesto


“A liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos são valores humanos fundamentais. Só serão atingidos quando os cidadãos estiverem na posse da informação que lhes permita exercer os seus direitos democráticos e ter um papel activo na sociedade. A participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma educação satisfatória, como de um acesso livre e sem limites ao conhecimento, ao pensamento, à cultura e à informação. (...) Os serviços devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social. (…) As colecções devem reflectir as tendências actuais e a evolução da sociedade, bem como a memória da humanidade e o produto da sua imaginação. As colecções e os serviços devem ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de pressões comerciais.”

Manifesto da IFLA / UNESCO sobre Bibliotecas Públicas
1994

ler

eu estive lá, toquei e cheirei…
o planalto de Gizé, as ilhas do Pacífico, o cume do Everest, o deserto do Saára, as margens do Amazonas e do Mississipi, o Pólo Sul, o Jardim do Éden, a Terra Média, a Lua…
eu conheci…
Platão, Cleópatra, Gagarin, o Papa Bórgia, o Rei Artur, Alexandre Magno, a Madre Teresa, Romeu e Julieta, D. Quixote, Sherlock Holmes, Harry Potter…
eu vi, eu senti…
a Cidade de Deus de Santo Agostinho, os Astros de Galileu, a Monalisa de Da Vinci, a Nona do Bethoven, a Utopia de Thomas Morus, a estratégia de Maquiavel, o Beijo de Klimt, o Nome da Rosa de Umberto Eco …
eu vivi, eu chorei e ri…

eu li…
b. pecorabuona
agosto de 2005

cortar a fita

olá. estas linhas constituem o primeiro "poste" deste blog recém nascido. bem-vindos, portanto, ao blankbluebook!
seria altura para se fazer uma pequena declaração de intenções, objectivos de criação e compromissos... mas não. sem expectativas, sem definições pré-concebidas, sem pressões. que será, será.
enjoy.
b. b. booker
janeiro de 2008