quinta-feira, 27 de novembro de 2008

photo grafia XIII




"afinal é aqui!"
entre vila pouca da beira e aldeia de avô - espaldas da serra da estrela - beira baixa

m. artmaker
novembro.doismileoito

the patriarch

what’s in a name?
william shakespeare, in "romeo and juliet" (c. 1595)
some signs, a word, a sound
a context in which I’m found

one framed photograph in shades of black and white
the endless singing embrace
on a long feverish night

grey hair gently divided by a thin comb
wide opened arms
welcoming me home

caring eyes, deep and wise, looking after me
feeding the present
with their far memory

heavy, holy like, lines across a familiar face
meandering map roads
pointing to this one place

a big cold stone where I sit and watch the trees
voids that hurt so
I curl up and hold my knees

a learnt by heart book of incredible stories
a newborn hope
for great and future glories

unspoken thoughts in a glance shared with others
the witnesses of my life
my sisters, my brothers

a root, a roof, a race. a sea world wide long
breaking upon the shore
where I feel I belong

unified as an infantry army, protective as the wolf’s pack
a gang that will always take me,
unconditionally,
back

one collective soul and one state of mind
divided in many parts
we can all secretly find

this is my name, this is my ground
the life’s concept to which I’m bound
r. bewusstsein
twentyseven.november.twothousandandeight

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

I am

can’t find my soul when I’m away from you
I remain cold, sad and alone…
I am a stone.

and then I see your face, and my soul too
I become all that I can be…
I am the sea.


b. b. booker
twentieth.november.twothousandandeight

terça-feira, 18 de novembro de 2008

homenagem aos homens de laranja

os homens de laranja são doces, são ácidos. frenéticos e plácidos. lutadores, criativos, sossegados e activos. artistas sonhadores... profissionais, não amadores!

são politicamente correctos. anárquicos e insurrectos. anjos pecaminosos, verdadeiros e mentirosos. são lindos e profundos, o melhor de vários mundos. mestres na sua arte reconhecidos em qualquer parte.

são amarelos, vermelhos, pretos e brancos. são só dois, e já são tantos! são futuro, mas sem passado. são assim e são assado. são vencedores e vencidos, reticentes destemidos. São novidades e heranças, são adultos e crianças. são homens são mulheres... não. mulheres é que não!

são simples e complicados. carrancudos e bem-humorados. são iguais e são diferentes. atrevidos e prudentes, sensíveis e resistentes. são tolos e são sérios, atentos e aéreos. discretos, espampanantes, inteligentes, ignorantes, geniais, brilhantes!

são cabeça, alma e coração! são ideia em acção! são aquilo que se vê… com muita
vitamina cê.
r. bewusstsein
outubro.doismilesete

sábado, 15 de novembro de 2008

something

I don’t really know what this is,
a feeling I like, a presence I miss…
is it good or is it bad? real or just in my mind?
is it by nature a secret or something I should find?
something long expected arrived finally…
or is it something else entirely?

I am sure there is something there thought,
(and something important it must be)
because as I was thinking of you
there you were… thinking of me.

b. b. booker
fifteenth.november.twothousandandeight

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

sonhei contigo

hoje sonhei contigo. estávamos sentados em frente um do outro a conversar e deixávamos fluir as palavras e os assuntos sem regras e sem esforço. depois houve uns segundos de silêncio. a propósito de nada ergueste a mão, afastaste-me o cabelo e roçaste-me ao de leve com as pontas dos dedos na cara. vieste devagarinho. beijaste-me junto ao olho esquerdo, beijaste-me uma segunda vez na face, e uma terceira entre o nariz e a boca. senti o teu lábio tocar no meu. senti a doçura e a impossibilidade do teu gesto. não fiz nada. fechei os olhos, deixei de respirar, tentei controlar a tempestade. tentei negar-te, agarrar-me a qualquer coisa que fosse real e soube que nada era real senão a parte do meu lábio que tinha tocado no teu. quis prolongar aquele instante por uma eternidade. acordei. senti a alma vazia e a tua ausência como uma perda imensa. enrolei-me e chorei baixinho.
b. b. booker
novembro.doismileoito

sábado, 1 de novembro de 2008

bilhete

quero outra vez pedir-te desculpa. esqueço-me de te dar a atenção que precisas. não é que não te tenha carinho. só não sei como to hei-de entregar. a tua tensão faz-me mal e não gosto que me cobres aquilo que posso ou não dever-te. sempre foste o melhor desta minha vida confusa e cinzenta e preciso de sentir que ainda me pertences. quero sentir-me em controlo, segurança, em paz. quero ser quem mereces. a maior parte dos dias sinto apenas cansaço, desencanto, abandono. não desisti mas já não tenho expectativas. reparaste que nos transformámos em lugares comuns? não tem importância. continuo a amar-te como antes. talvez não como antes, mas ainda és tu a minha verdadeira casa. logo chego tarde. janta e não esperes por mim.
b. b. booker
outubro.doismileoito