sábado, 24 de dezembro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

colecção de documentos das artes cénicas ... a sequela!

para os afortunados que anteontem desfrutaram do privilégio de assistir ‘in loco’ aos efeitos embaraçosos de um inesperado apagão, foi um prazer estar convosco e contamos com a vossa presença hoje, no mesmo local e à mesma hora, para partilhar da magnífica Colecção das Artes Cénicas. para aqueles a quem a terça-feira não permitiu uma visita ao Arquivo Distrital do Porto, ouçam a voz do destino e venham aproveitar esta segunda oportunidade de conhecer a colecção. uns e outros podem espreitar aqui o teaser disponível no youtube, e mais informações na página do evento ou do Arquivo Distrital do Porto no facebook.
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descrição do projecto e leituras
joana moreira | raquel patriarca
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

colecção de documentos das artes cénicas

apresentação pública da colecção de documentos das artes cénicas

entre a música, o teatro, o cinema, a publicidade, os cartazes, os postais e os livros... há documentos para todos os gostos
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apresentação do espólio documental
dra. maria joão pires de lima | professora doutora maria da conceição meireles
descrição do projecto e leituras
joana moreira | raquel patriarca
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terça-feira, 27 de setembro de 2011

photo grafia LVII

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"sossegada e colectivamente"
praia do poço da cruz - mira
vinteequatro.setembro.doismileonze
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"só depois, já tarde"
drave - serra da freita
catorze.fevereiro.doismilenove
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"sem vidro, reflexo ou rosto"
s. domingos - manteigas - serra da estrela
vinteecinco.maio.doismileoito
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raquel patriarca
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gosto de passear nos sítios fora da época

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gosto de passear nos sítios fora da época
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praias desertas de pescadores rugosos e redes rompidas
gaivotas alinhadas em espera,
sossegada e colectivamente,
pela promessa de uma tempestade
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caminhos de monte com gado nenhum só a sombra de
quem passou de madrugada pela
morrinha das horas e que há-de voltar
só depois, já tarde, longe do toque dos sinos
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calçadas vazias de gente sem eco de passos corridos
janelas sem vidro, reflexo ou rosto
beirais sem amparo que se empreste,
fora de época, a pessoa alguma
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raquel patriarca | vinteequatro.setembro.doismileonze
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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

tento não pensar muito nas coisas

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tento não pensar muito nas coisas
que quero fazer porque - as mais das vezes - se penso, penso demais e não as faço. e, se não as faço, fica-me uma sensação de perda por nunca as ter feito. como uma constante inconclusão de mim própria. outras vezes faço-as, sem pensar, mas na verdade não as devia fazer. e depois de já as ter decidido e começado, não consigo voltar atrás. numa espécie de mudança de ideias que não muda nada. como se cada decisão implicasse a recompensa ou o castigo de a ver realizada. feita. cumprida. e agora que penso nisso,
pergunto-me o que estou a fazer - e porquê - que não tenho ideia de o ter decidido
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raquel patriarca | vinteedois.setembro.doismileonze
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

photo grafia LVI

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"sentar a vontade"
dunas de erk chebbi - sahara - marrocos

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raquel patriarca | dezaseis.julho.doismileonze

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

photo grafia LV

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"uma família de imilchil"
fotografia de raquel patriarca de uma tela de david minguillon
riad aguaviva - medina de marrakech - marrocos
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doze.julho.doismileonze
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

o homem de Imilchil

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Conheci um homem em Imilchil
que não era pastor, nem padeiro nem tecelão.
E isso, por si só, dizia tudo
como se a diferença fosse o seu
traço mais definidor.
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Conheci um homem em Imilchil
que tinha uma Petri 7S de 63.
Não sabia explicar de onde
viera o objecto que lhe definia
os dias, apenas que lho tinha deixado
o pai junto com a vocação
de ser fotógrafo da aldeia.
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Vivia numa casa apertadinha que
ofereceu sem reservas ou cerimónias.
Nas paredes de terracota e
no meio dos livros e jornais
espalhavam-se as imagens de
dezenas de vidas.
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Vi um soldado em despedida, fardado,
orgulhoso e resoluto,
assustado;
uma noiva sorridente e ansiosa, sentada
com as mãos no regaço,
envergonhada;
uma tenda erguida na montanha e um
homem apoiado no cordame o rosto como
um nó;
uma família composta em pose, as
mulheres à esquerda e os homens à direita,
as crianças na frente. No fundo, em pé,
a avó.
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O cheiro dos papéis amarelecidos
misturava-se com o dos líquidos
desconhecidos e emulsões estranhas
com que as vidas se tornavam
imagem latente. O cheiro da missão
única, respeitável, grata
de guardar tantas memórias de tantas
vidas em imagens e cristais de prata.
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Perguntei-lhe se o podia fotografar.
Assentiu, alegre e generoso.
Sentou-se sobre os calcanhares
no chão a máquina pousada na coxa,
a boca séria os olhos a sorrir.
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Conheci um homem em Imilchil
capaz de reconhecer a angústia que
se esconde num sorriso, a saudade
no mais pequeno gesto, a alegria
secreta num olhar.
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Escondia um sonho secreto só dele:
ver uma fotografia do mar.
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raquel patriarca | nove.setembro.doismileonze
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terça-feira, 26 de julho de 2011

photo grafia LIV

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"silêncio"
dunas de erk chebbi - sahara - marrocos
fotografia|pedro.miguel
dezassete.julho.doismileonze
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

curtas # 1 ou isto é lindo...

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vida, se nos estás a ouvir, sabe que caminhamos na tua direcção.
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José Luís Peixoto
impossível é não viver | excerto
2011
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terça-feira, 21 de junho de 2011

photo grafia LIV

"eu não fui"
(voltz, christian - eu não fui. trad. dora isabel batalim. porto: kalandraka, 2010)
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"a crocodila mandona"
(carvalho, adélia - a crocodila mandona. porto: tcharan!....2011)
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"aquiles, o pontinho"
(risari, guia - aquiles, o pontinho. il. marc taeger; trad. elisabete ramos. lisboa: kalandraka, 2008)
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fotografias|antónio.lima.reis
quinze.junho.doismileonze
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photo grafia LIII

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"intervalo"
(ou em que grau de cansaço mental se começa a fotografar os próprios pés?)
gabinete da ponta - quarto piso - adp - rua das taipas - porto
r.p.|vinteeum.junho.doismileonze
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segunda-feira, 13 de junho de 2011

poema pial

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toda a gente que tem as mãos frias
deve metê-las dentro das pias.

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pia número um
para quem mexe as orelhas em jejum.
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pia número dois,
para quem bebe bifes de bois.

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pia número três,
para quem espirra só meia vez.

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pia número quatro,
para quem manda as ventas ao teatro.

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pia número cinco,
para quem come a chave do trinco.

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pia número seis,
para quem se penteia com bolos-reis

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pia número sete,
para quem canta até que o telhado se derrete.

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pia número oito,
para quem parte nozes quando é afoito.

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pia número nove,
para quem se parece com uma couve.

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pia número dez,
para quem cola selos nas unhas dos pés.

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e, como as mãos já não estão frias,
tampa nas pias!

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fernando pessoa|1888-1935

quinta-feira, 9 de junho de 2011

a chuva

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chove.
chove muito imenso.
uma chuva intencional e substantiva que – mais do que
desprender-se do céu abandonada a um guião pré aprendido
nos ciclos genéticos secretos da água –
vem precipitada em franjas gordas e verticais a ver se esmaga
as planícies e as ondas do mar.
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tenho saudades de uma chuva andadeira e confortável,
que venha regar-me as magnólias e as ervas de cheiro.
uma água chuvente sossegada e silenciosa,
sem dúvidas e sem perguntas. falta-me essa atmosfera húmida,
pálida e plácida, com cheiros castanhos que me fazem dormente.
preguiçosa.
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chove tanto que sinto a cidade ceder e afundar, os telhados
perto da calçada, numa bidimensionalidade forçada
em que as superfícies visíveis das coisas não têm volume
porque não importam. e sobra só a chuva em forma de muitas
águas. caídas em muitos ciclos de tempo.
não sei de onde lhe vem a autoridade e a força incondicionais.
um carácter que assusta e faz inveja
porque toma conta de mim. mesmo sendo água e nada mais.
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chove muito imenso e o cantar descompassado nas telhas
e nas janelas, traz contos antigos em testemunhos de outras
monções. chovem gotas que um dia rolaram da pele
escamosa de um dinossauro e que caíram em cidades perdidas.
chovem as legendas líquidas de milhares de milhões de vidas.
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chove tanto que me chove por dentro. a água cobre e ensopa as
máscaras e os figurinos que me ocupam os corredores
que não quero ter à mostra. depois escorre-se e lava tudo
na enxurrada. fica o vazio onde ecoam os
silêncios inconvenientes das perguntas que se fazem
quando não está ninguém a ver.
ensurdecem-me as dúvidas e incomoda-me a inocência de não saber
o que serei quando crescer. ensurdece-me a chuva que não pára,
e fico presa à convicção que não há nada a fazer,
e que hoje o único verbo com propriedade de acção, é chover.
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pouso o lápis, abro as portadas grandes da varanda e saio.
estou descalça. e o chão está seco.
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r.p.|oito.junho.doismileonze
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terça-feira, 7 de junho de 2011

açúcar a cair do céu

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parte do frio que me vem aos ossos
nas noites de Inverno,
é saudade dos dias que
me colhias da cama -
embrulhada nos cobertores
com muito jeitinho -
e me levavas à janela
para eu ver o açúcar a cair do céu.

aqueço na memória do teu abraço
à volta dos cobertores,
com muito jeitinho.
r.p.|junho.doismiledez
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o dia da criança foi assim!

storytelling no dia mundial da criança
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"vamos escolher"

"e acomodar"

"era uma vez..."
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"eu não fui!"

"era outra vez..."

."eram muitas vezes..."

."o cuquedo!... ai que medo!"

."xiiiiiiiii!"
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biblioteca - escola básica da torrinha - porto 
fotografias|antónio josé lima reis

quarta-feira, 18 de maio de 2011

manuel antónio pina

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Gigões são anantes muito grandes.
Anantes são gigões muito pequenos.
Os gigões diferem dos anantes porque
uns são um bocado mais outros são um bocado menos.

Era uma vez um gigão tão grande, tão grande,
que não cabia. – Em quê? – O gigão era tão grande
que nem se sabia em que é que ele não cabia!
Mas havia um anante ainda maior que o gigão,
e esse nem se sabia se ele cabia ou não.
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gigões e anantes|excerto
manuel antónio pina
prémio camões|2011
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sexta-feira, 15 de abril de 2011

2º encontro de literatura infanto-juvenil da s.p.a.

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"2º encontro de literatura infanto-juvenil da s.p.a."

"ana margarida ramos e ana luísa amaral"

"um homem à pesca"

"valter hugo mãe e afonso cruz"

"carlitos"

"luísa dacosta, emílio remelhe e cristina valadas"

"rui spranger"

"manuel antónio pina e álvaro magalhães"

"patrícia queirós"
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fotografias: r.p.|quinze e dezasseis.abril.doismileonze
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quinta-feira, 14 de abril de 2011

telhados

às vezes peço ajuda aos telhados das casas da cidade. estão juntos porque as ruas aqui são estreitas. de umas janelas vê-se para dentro das outras, do outro lado da rua. não se vê bem. só os reflexos distorcidos ou as manchas de humidade. aqui é difícil ver-se uma cara de gente. quando quase se vê, está nua, não traz sorriso. os telhados escorrem-se da chuva uns nos outros e se duas pessoas saíssem às varandas, e estendessem os braços para a frente, conseguiam quase abraçar-se e trocar segredos ao ouvido. nunca aconteceu. eu daqui só vejo telhados. imagino quem neles se abriga e com o que ocupa o tempo. penso nas pessoa que estão sós e tenho pena delas mas não sei quem são nem se existem. eu daqui só vejo telhados.
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r.p.|catorze.abril.doismileonze
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segunda-feira, 28 de março de 2011

photo grafia LII

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"self"
piódão - serra do açor - beira
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fotografia|pedro miguel ribeiro|vinteeseis.março.doismileonze

segunda-feira, 21 de março de 2011

fragmentoisas VIII ou dia mundial da poesia

"dia mundial da poesia"
fragmentoisas - e outras colagens - em reflexos invertidos
r.p.|vinteeum.março.doismileonze

"o pão é fundamental, a poesia é supérflua. mas o homem não consegue viver sem o supérfluo. pão e poesia andam lado a lado."
ana luísa amaral|vinteequatro.fevereiro.doismileonze
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poesia

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tu –
mal sentada e meia de lado –
na madrugada da página
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e eu
que não sei nada do mundo ou das coisas da vida –
e estou longe –
a ler-te
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r.p.|vinteeum.março.doismileonze

quinta-feira, 17 de março de 2011

poesia e outras surrealidades úteis

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o dia em que atingiu a maturidade não tinha nenhum significado especial. era quinta feira e o sol tentava desarrepelar-se das nuvens. a meio caminho de atravessar a estrada, sem os vestígios da epifania ou apoteose que se esperam num momento de absoluta clarividência, descobriu uma verdade fundadora. quando pisou o passeio do outro lado, estava em paz. aceitara sem reserva a natureza desajustada de si próprio e a incapacidade molecular para compreender a aritmética das coisas da vida. aceitara a incoerência como condição essencial de existência e o absurdo de depender a felicidade nos sorrisos alheios, na poesia e noutras surrealidades úteis.
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r.p.|dezassete.março.doismileonze

segunda-feira, 14 de março de 2011

afonso e o livro

apresentação do livro infantil
'Afonso e o Livro'
uma história de Luís Filipe Cristóvão com ilustrações de Amélie Bouvier
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terça-feira, 15 de Março 10:30h-12:00h
na Biblioteca Pública Municipal do Porto

Rua D. João IV (ao Jardim de S. Lázaro)  - Porto

Esta é a história do Afonso, que gostava muito muito de um livro, embora esse livro ainda não existisse. Então, ele vai encontrar um autor, uma ilustradora, um paginador, um digitalizador, um revisor, uma gráfica, para que o seu livro passe a existir. Quando finalmente o Afonso vê o seu livro preferido numa livraria, descobre que era um leitor. Um grande leitor, como depois se verá! Afonso e o Livro retrata todo o processo de produção de um livro, num tom compreensível para crianças entre os 6 e os 10 anos. É também um livro apropriado para uma primeira leitura independente.

Entrada Livre (até à lotação do espaço)
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photo grafia LI

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"bênçãos de pedra"
minho - no caminho entre castro laboreiro e o porto
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r.p.|vinte.junho.doismiledez
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sexta-feira, 11 de março de 2011

dor

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dói-me o sono.
dói-me o estar acordada.
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custam-me as palavras
transparentes
em desalinhos de nada.
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custa-me a página vazia
densa e opaca
na vigília da madrugada.
r.p.|dois.fevereiro.doismileonze
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quinta-feira, 3 de março de 2011

livros, histórias e outras construções de papel I

páginas soltas de livros infantis
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"o beijo"
histórias famosas - maria o'neill - 1916
(na legenda: o príncipe beijou a irmã...)

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"espaço"
bonecos de estampar - teresa leitão de barros - 1929
(na legenda: empurrou o irmão e ficou pendurado no espaço...)
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r.p.|três.março.doismileonze

passagem breve

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é breve o tempo de se fazer alguém.
é breve o desfazer.

estende-se em espaços
curtos e arredios e esquecidos,
sem matéria. só sentidos.
onde os dedos apressados
descascam as ervilhas
mas os sonhos protegem com vagar
a pessoa que hei-de fazer-me.
crescida de versos,
breves como o mar.
r.p.|dois.fevereiro.doismileonze

depois de ler:
passagem breve|dalila moura. in: varandas de luar, p. 29

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

photo grafia L

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"o branco é a melhor de todas as cores"
neuschwanstein - baviera - alemanha
r.p.
oito.dezembro.doismiledez

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

no fundo dos teus olhos

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há um mundo
(atrás do mundo)
onde as pedras brincam –
rosadas –
com as estrelas no céu
e o vento sopra ao contrário
juntinho ao fundo do mar

há um mundo
(atrás do mundo)
onde ainda se pode sonhar
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r.p.|um.fevereiro.doismileonze
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depois da leitura de:
no fundo dos meus olhos|Dalila Moura|in "varandas de luar"|p. 12
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

photo grafia XLIX

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"série joaninha"
colecção contos de encantar - clássica editora - 1941-1949
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"impressão digital"
colecção contos para crianças - livraria lello - 1926-1936
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r.p.|um.fevereiro.doismileonze
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