vi um dia uma porta enorme no fundo de um corredor sem fim que assim de repente me fez querer fugir de tudo como se, atravessada para o outro lado da porta, nada do que me fosse desagradável me pudesse algum dia seguir
quando do outro lado encontrei as coisas comuns que existem e se amontoam por todos os lados, em vez de segurança ou das promessas que ninguém faz nem pode realizar, descobri a impossibilidade
a passagem que me levou de viagem entre um mundo e o outro, era só uma porta que ligava duas mesmas coisas. e, dos dois lados, estava eu
. hoje não se dorme. ou é do calor ou da angústia que se queima devagarinho e se consome em comichão e suor e incompetência para arranjar encaixe na almofada para a curva entre o ombro, o pescoço e a cabeça. se ao menos estivesse quieta, a cabeça, talvez se enganasse o desassossego, a angústia e a comichão e talvez hoje se dormisse. mas hoje não. .