mediação
da leitura para a infância como uma actividade de contágio
(reflexão em quatro movimentos com origem no livro)
(reflexão em quatro movimentos com origem no livro)
Raquel
Patriarca
a missão |
Primeiro
Movimento: Sobre a Missão
Venho
hoje falar-vos dessa maravilhosa actividade que é a mediação da leitura. Claro
que, dito assim, “eu sou mediadora da leitura de livros”, não soa a uma
profissão muito desafiante. Mesmo dizendo “adoro aquilo que faço, até tenho
jeito e sei o que estou a fazer”, a mediação da leitura é, ainda, uma
actividade de… bem, de totós.
Aposto
que nenhuma criança sonha ser um mediador da leitura quando crescer. Nessa
matéria, os bibliotecários continuam a perder para os bombeiros, os palhaços e,
claro, os astronautas. O que esta malta ainda não sabe é que viver dentro dos
livros é uma forma quase tão eficaz de andar sempre na lua como ser astronauta.
Entendo a
missão de mediador da leitura, e não uso a palavra ‘missão’ ao acaso, como um
conjunto integrado de acções, uma espécie de processo que compreende várias
etapas e que, no final, tem como objectivo o transporte de uma história ou de
um livro entre as estantes da biblioteca e a alma de alguém.
Claro,
como toda a arte que se preze, estas coisas dos livros e da leitura são muitas
vezes empurradas para o campo do inútil e isso, além de triste, é grave. Porque
a acepção de ‘utilidade’ que se gasta hoje em dia traz sempre por arrasto três
critérios que viciam o juízo: o da visibilidade – que atribui valor apenas
àquilo que é visível, e quanto mais visível melhor –; o do imediatismo – que
entende como útil somente aquilo que demonstra utilidade agora –; e o da
rentabilidade – que só vê utilidade naquilo que é rentável, de preferência
rentável de forma bem visível, e agora.
Estou a
perder, pelo menos, três minutos dos vinte que me deram a falar nisto porque me
parece importante, e útil, termos presente que a esmagadora maioria do trabalho
que fazemos é invisível e inquantificável, os frutos só se colhem passado muito
tempo e as, mais das vezes, longe da nossa vista.
É por ser
uma ‘missão’ que estes critérios não se aplicam à mediação da leitura. Como
qualquer ‘missão’, é um labor em que muitas vezes parece que entregamos mais do
que trazemos. Mas só parece. Nós sabemos que não é assim, porque percebemos o
momento “sensitivo e consciente” em que tocamos alguém com uma história ou um
poema. Porque o conhecimento do passado e a experiência de incontáveis bibliotecários,
desde a Biblioteca de Alexandria até à Biblioteca Municipal da Maia, nos diz que
assim é. Porque acreditamos na “fé poética”.
O
problema é que vivemos num mundo em que os profissionais bem-sucedidos se medem
pelos mesmos três critérios do visível, do imediato e do rentável. O mesmo
mundo que nos trata com o paternalismo próprio que se guarda aos que não ‘vivem
no mundo real’. Mas esse problema é deles e não nosso. Porque nós acreditamos no
valor intrínseco daquilo que fazemos.
Na
verdade, de totós só temos a aparência. O que conta é o que trazemos de
pensamento livre e sábio, e de espírito missionário e guerreiro.
Quando ouço
aquela pergunta típica do “para que serve?” Para que serve a leitura? Para que
serve a arte? Para que serve a poesia? Para que serve a filosofia? Bem, para
fazer perguntas melhores, é a resposta que me ocorre logo. Mas a melhor
resposta, a que trago sempre comigo e que nunca me falha, é a do filósofo
Núccio Ordine, que diz, simplesmente: A arte, a literatura, a filosofia não
servem. As actividades da criação e do pensamento não são servis, sabem apenas
libertar. Nós não vivemos no mundo real porque escolhemos não o servir.
Escolhemos o caminho, bem mais sinuoso, de ajudar a criar um mundo real melhor.
Seja como
for, e sabendo à partida que cada um de nós alimentou o sonho secreto de ser
astronauta, e que só está aqui hoje porque esse propósito correu mal, o que me
proponho a fazer é, em primeiro lugar, provar-vos que a mediação da leitura é uma
actividade muitíssimo pertinente, honrada e gratificante, cheia de beleza e
significado. E, em segundo, partilhar convosco os dois elementos que penso
serem essenciais para um bom cumprimento desta missão.
a riqueza |
Segundo
Movimento: Sobre a Riqueza
Lembram-se
de vos ter dito que os frutos do trabalho do mediador não se podem quantificar
no imediato e dentro dos modelos convencionais? Isto não significa que não haja
formas de percebermos como é importante aquilo que fazemos.
Temos,
hoje, como inequívoco que há uma relação directa entre os índices de
produtividade, riqueza, participação cívica, e paz social de um país, e os seus
níveis de literacia.
É
precisamente isso que nos diz o Manifesto IFLA / Unesco sobre Bibliotecas
Públicas (1994). Que “a liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento da
sociedade e dos indivíduos são valores humanos fundamentais. Só serão atingidos
quando os cidadãos estiverem na posse da informação que lhes permita exercer os
seus direitos democráticos e ter um papel activo na sociedade. A participação
construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma educação
satisfatória, como de um acesso livre e sem limites ao conhecimento, ao
pensamento, à cultura e à informação”.
Qual é a
nossa ‘missão’, afinal? Colocar com muito cuidado as sementes que, um dia e
algures longe da nossa vista, farão nascer os frutos da liberdade, da
prosperidade e do desenvolvimento.
É só. Coisa
pouca.
Estou em
crer que, por esta altura, já vocês pensarão que eu sou uma pobre alma,
irremediavelmente perdida na ilusão de que é possível salvar o mundo com
livros. A verdade é que ainda ninguém me convenceu do contrário.
Salvar o
mundo com livros… claro que é possível.
Pois se
toda a cultura ocidental radica nas parábolas de um livro, cujo título é, ainda
por cima, A Bíblia que significa, literalmente, O Livro. Pois se Cristóvão
Colombo atravessou o oceano certo de que encontraria um continente porque, por
obra do destino lhe terá ido parar às
mãos o destroço de papel – quem diria que um dos únicos sobreviventes do naufrágio
de uma barca junto à Costa de Labrador seria um diário de bordo –, que era, no
fundo, um livro. Pois se o nosso conhecimento científico sobre a natureza e a
evolução das espécies nasceu das reflexões de um choninhas que, depois de
inúmeras viagens e observações entre tartarugas, iguanas e passarinhos, decidiu
– querem adivinhar? – escrever um livro.
São incontáveis
os exemplos de livros que marcaram o percurso da humanidade. A forma como nos
entendemos a nós próprios, a forma como nos relacionamos uns com os outros, a nossa
explicação com o mundo estão intrinsecamente ligados aos livros que lemos e que
damos a ler.
A Fábulas
de Esopo (séc. VII-VI a.C.), A República de Platão (ca. 380 a.C.), Diário da
Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia (1497), Os Direitos do Homem de Thomas
Paine (1791), O Manifesto Comunista de Marx e Engels (1848), A Cabana do Pai
Tomás de Harriet Beecher Stowe (1852), A Origem das Espécies de Charles Darwin
(1859), O Diário de Anne Frank (1947), o Segundo Sexo de Simone de Beauvoir
(1949), A Difícil Caminhada para a Liberdade de Nelson Mandela (1965)… são apenas
alguns dos muitos livros que marcaram o rumo da humanidade.
Os livros
são instrumentos de um poder imenso e imprevisível. Não é por acaso que as
primeiras iniciativas “culturais” de qualquer ditadura, seja velada ou
assumida, é criar uma lista de obras de regime, e outra, de obras a abater.
Na
faculdade tive um professor que nos ensinou uma verdade fundadora e que dizia
mais ou menos isto: o mundo tem muito mais de bom do que de mau; o problema é
que o ‘Bem’ é naturalmente livre e espontâneo, e o ‘Mal’ é naturalmente
assertivo e organizado.
Ora nós,
meus amigos, somos bibliotecários. Isso quer dizer que não há nada que não
sejamos capazes de organizar, contando que tenhamos uma boa base de dados e um
sistema de cotas inteligente e dinâmico. Nada nos impede de catalogar todas as
boas ideias que encontramos por aí, livres e espontâneas, e de as usarmos para
mudar o mundo. Um livro de cada vez.
Quando
digo ‘um livro de cada vez’ não estou só a usar uma frase bonita. Estou a
estabelecer um percurso estratégico. Estou a dividir uma tarefa imensa e
esmagadora –salvar o mundo com livros – em partes pequeninas e acessíveis.
As
maiores viagens começam sempre com um pequeno primeiro passo, dizia Bilbo
Baggins, e é verdade. A nossa missão cumpre-se um livro de cada vez. A começar,
quase sempre da mesma maneira: ‘Era uma vez…’.
Vou
directa ao ‘Era uma vez’ porque um leitor deve começar a construir-se muito
cedo. Antes mesmo de aprender a ler. E, claro, o pequeno primeiro passo dessa
grande viagem não se faz com Os Versículos Satânicos de Salman Rushdie, mas é
importante criar na infância um leitor que, quando adulto, seja capaz de ler o
dito livro e que, ao mesmo tempo, seja incapaz de o queimar ou de bater no seu
autor.
Começamos
com A Maior Flor do Mundo para podermos caminhar, seguros, rumo ao Evangelho
Segundo Jesus Cristo. Começamos, com vagar e ternura, certos de que, depois dos
autores de livros infantis, venham todos os outros
autores, e com eles a pluralidade de perspectivas, o pensamento livre, o
conhecimento crítico e verdadeiro, e, finalmente, as
ferramentas da liberdade, da prosperidade e do desenvolvimento.
Pelo
meio, naturalmente, e além de contos, crónicas, poemas e romances, aprendemos a
ler problemas de matemática, manifestos políticos, ensaios de filosofia e, mais
importante de tudo, cartas de amor.
o conhecimento |
Terceiro
Movimento: Sobre o Conhecimento
Entramos,
agora, no domínio dos dois elementos que penso serem essenciais para levar a
cabo uma boa actividade de mediação da leitura.
O
primeiro elemento essencial é o conhecimento.
Devemos saber
muito sobre livro que vamos trabalhar. Saber sobre o assunto, o conto, a
história, os personagens, o tempo, os lugares; e, claro, essa eterna incógnita
que é o autor; sem esquecer o livro em si, porque às vezes o livro tem
histórias para contar que não só aquela que traz lá dentro.
Digo
saber muito, não digo saber tudo, e não é por acaso. Saber muito sobre algo ou
sobre muitas coisas é excelente. Saber tudo (ou pensar que se sabe tudo) é, na
verdade, uma tragédia que impede a possibilidade de descoberta a que o poeta Diogo
Alcoforado chama de ‘revelação’. A crença no ‘saber tudo’ mata a curiosidade do
‘saber mais’, e arruma no sótão a capacidade de encantamento a que a poetisa
Sophia de Mello Breyner chamava de ‘espanto da luz’.
O melhor
da humanidade (além das crianças, e sobretudo nas crianças) não é aquilo que se
sabe, ou o conjunto do conhecimento reunido. O melhor da humanidade é a sua
capacidade de aprender. E é com esta maravilha que nós, mediadores da leitura,
somos chamados a trabalhar.
E o que é
que aprendemos hoje? Que todos queremos secretamente ser astronautas, e que,
quando citamos poetas e filósofos, tudo o que dizemos soa melhor. Mais
inspirador. E é isso mesmo que estou a fazer. A tentar criar inspiração para
saber mais.
Porque
para podermos, com competência, levar os outros a aprender, temos de estar dispostos
a aprender também. Temos de ser bons intérpretes para ensinarmos a interpretar.
Quando
levamos um livro debaixo do braço para uma biblioteca, uma escola ou um banco
de jardim onde vamos contar a sua história, esse livro tem de ser já um velho
amigo, de lombada partida, esquinas gastas, páginas anotadas, costuras
descosidas.
Se
entendemos um livro como um mundo, entendemo-nos a nós como os seus
exploradores. Devemos percorrer as suas avenidas largas e, também, as ruas
pouco iluminadas; escalar as montanhas e navegar os oceanos; devemos visitar
todos os seus habitantes, saber dos sonhos que alimentam, dos sentimentos que
escondem e dos feitos que pretendem levar a cabo; devemos perceber quais as
escalas do tempo, as importâncias e as banalidades que por lá se perdem; o fio
condutor da história de núcleo, que cresce no centro do livro como uma árvore
sagrada, e, também, as narrativas paralelas que voam à sua volta como
borboletas.
Devemos
tomar notas, construir esquemas e desenhar mapas. Devemos ler muito e entender
o mais possível, até àquele ponto de leitura de que falava Agostinho da Silva
quando dizia “lerás bem quando leres o que não existe entre uma página e
outra”.
Só
atingindo nós, naquele livro que estamos a trabalhar, o ponto mais completo da
leitura crítica, podemos preparar, em completude, o trabalho de mediação para
os outros leitores, independentemente do nível de leitura em que se encontrem
(pré-leitura, leitura inicial, leitura competente ou autónoma).
Depois de lido o livro ou contada a história,
quanto mais subtil o trabalho de exploração, melhor. Sobretudo, nunca dar as
respostas às grandes perguntas. Se o percurso de raciocínio mental for dos
leitores, terá um valor incomparavelmente maior, porque a ideia ou conclusão a
que se chega resulta de uma reflexão concentrada, passando a fazer parte da sua
estrutura de pensamento de forma perene. É a ‘revelação’ que provoca o ‘espanto
da luz’.
Se, pelo contrário, fizermos nós um
solilóquio sobre o tema da história, ou, pior ainda, sobre ‘o que o autor
queria dizer’ – que é uma daquelas coisas de que nunca podemos ter a mínima
aproximação a uma resposta segura –, é
quase certo que, seja o que for que digamos, vai ser arrumado naquela parte do
cérebro onde se encostam os conselhos para lavar os dentes e os pedidos para
arrumar os brinquedos: um poço fundo com um ralo largo, que regularmente
descarrega para que fique vazio e se possa brincar com o eco que por lá se faz.
E qual é a forma de evitarmos o poço e o ralo
do esquecimento? Existem, com certeza, muitas. Diferentes livros pedem
diferentes estratégias, da mesma maneira que diferentes públicos exigem
diferentes posturas e abordagens.
Individualmente, a criação de um trabalho
artístico que lhes permita pensar sobre o conto ou um pequeno detalhe, tentando
compreender o trabalho e a escolha que o antecedeu. Ou convidá-los, em grupo, a
encenar a história, obrigando-os a mergulhar mais fundo em todos os seus
vectores. Ou conversar, simplesmente, com eles. Só assim, com o livro pousado
por perto ou com a ajuda de objectos que ajudem à concretização das ideias.
O melhor modelo será sempre aquele com o qual
os leitores e o mediador estiverem mais confortáveis, e aquele que conseguir
criar uma dinâmica de ‘reflexão – pergunta – resposta – nova reflexão – nova
pergunta – nova resposta…’ num formato em que o mediador conduz invisivelmente,
entregando aos leitores o papel de reflectir, de formular a pergunta que a
reflexão sugere, de procurar uma resposta que lhe há-de servir durante o tempo
estritamente necessário a desenvolver uma nova reflexão e, logo a seguir, a
colocar uma outra pergunta, melhor e maior.
o contágio |
Quarto
Movimento: Sobre o Contágio
Estou a
chegar ao fim, e só falta tocar no ponto em que tudo volta ao momento de
partida e ao título desta conferência que é, precisamente, o contágio.
Parto da
premissa que as acções culturais se operam em dois domínios. O primeiro,
oficial e institucional, que inclui a criação e o funcionamento das Redes de
Leitura Pública e das Redes de Bibliotecas Escolares, o Plano Nacional de
Leitura, as relações de Obras de Leitura Obrigatória e Recomendada, as
directrizes da IFLA / Unesco, as políticas e projectos nacionais face à
literacia, e por aí fora – isto é a acção por Decreto. O segundo domínio,
informal e pessoal, inclui aquele momento de silêncio em que somos nós o
veículo de transporte de uma história ou de um livro entre as estantes da
biblioteca e a alma de alguém – isto é a acção por contágio.
Já lemos
o livro várias vezes, já o estudámos e compreendemos bem. Conhecemos o que nos
diz e o que nos esconde, as coisas que se revelam livremente e aquelas a que
chegamos depois de as interpretarmos. Levamos preparada a sessão, as
brincadeiras e o possível rumo das conversas. Estamos, finalmente, na frente
dos nossos leitores e, agora, importa apenas uma coisa: criar entre nós, os
ouvintes e o livro, um espírito de conforto, de encantamento, de entrega e de
prazer. Uma memória categoricamente boa que se reproduzirá depois
espontaneamente por outros espaços e tempos, outros livros e leituras. Os
livros e as histórias precisam de ser inconscientemente associados a momentos
de prazer. Fazemos isto cuidadosa, planeada e maquiavelicamente. Viciamos os
leitores antes que eles tomem consciência do que está a acontecer e depois,
será tarde demais.
Vive
comigo uma frase da poetisa americana Maya Angelou que diz o seguinte: “as
pessoas não se lembrarão de ti por aquilo que lhes dizes, recordar-te-ão apenas
pela forma como as fazes sentir”.
É isto,
no fundo, o contágio que queremos provocar. Usamos a nossa voz e a nossa
postura para criar empatia e a entrega à história. E porque se nós formos
genuínos no amor que colocamos na leitura, eles serão capazes de o sentir, usamos
o amor que nós próprios temos aos livros e o entusiasmo que eles provocam em
nós para contagiar os outros.
E usamos
a ‘fé poética’. Aquele conceito mágico que gostava de ter sido eu a inventar,
mas um senhor chamado Samuel Taylor Coleridge lembrou-se dele em 1817 e,
portanto, muito antes de mim.
Falava
ele numa espécie de pacto silencioso entre o livro e o leitor. Um pacto
silencioso baseado na concepção de personagens, cenários e acções criando-lhes “uma empatia e uma semelhança com a verdade que
permitam chegar a esse espaço de sombra entre a realidade e a imaginação, essa
suspensão voluntária e momentânea da descrença que se constitui em fé poética”.
A
fé poética resume à essência do encantamento aquele nosso momento de leitura e
partilha e, por isso, serve perfeitamente para o definir.
É
o reino da fantasia a fazer o caminho para chegar à verdade, à liberdade, à
prosperidade e ao desenvolvimento. Esse mundo de encantamento é o nosso mundo
real. O mundo em que vivemos um livro de cada vez. O mundo em que colocamos bem
arrumada a semente de uma boa ideia, esperando que, um dia e longe da nossa
vista, os nossos leitores possam assumir a missão de construir um mundo real
melhor.
É
só. Coisa Pouca.