CAPÍTULO
5
OS VIAJANTES DA ATLÂNTIDA
Eu
fiquei entusiasmado com a ideia. Seria fabuloso se conseguíssemos dominar a
matéria como os mestres antigos. Poder assumir a forma de uma árvore, ser capaz
de viajar pelo ar, enfim, fazer realmente parte da Natureza.
A
Arya sorriu-nos e explicou:
–
Venham connosco. Quero mostrar-vos um lugar muito especial para todos os ocultianos. Acho que lá vão poder
perceber tudo.
Ela
deu-me a mão, tão quente, e caminhámos pela relva azulzinha, num prado
deslumbrante e sob o céu alaranjado. As poeirinhas douradas continuavam à nossa
volta e aos nossos pés vimos uma espécie de flores transparentes que
cheiravam a gomas e chocolate!
Claro
que a Teresa se atirou ao chão para provar as bonitas pétalas. Por pouco não as
comeu, mas as flores esquivavam-se graciosamente da sua boca, ora para a
direita, ora para a esquerda, ora para trás, ora para a frente! O Filipe, o Box
e a Joana quase rebolavam de tanto rir.
–
Acho que desta vez encontraste uma goma mais esperta do que tu!
As
gargalhadas da Arya vieram juntar-se às nossas. Caminhámos mais um pouco e vimos que à
nossa frente, se estendia um edifício imponente. Era um templo antigo e belo
que parecia ter saído das rochas de um vulcão. O Box entrou primeiro e
levou-nos até à parede mais afastada onde podíamos ver umas estranhas gravuras
luminosas.
A
Arya guiou-nos e pediu-nos numa
voz solene:
–
Tenham
cuidado e sejam respeitadores, este é o nosso local mais sagrado. Aqui está guardada
a história dos Mestres, o nosso verdadeiro tesouro.
Apontou
para as paredes tremeluzentes e, ao aproximarmo-nos mais, vimos que toda a parede
estava esculpida com símbolos e imagens estranhamente claras.
Lá
no cimo, conseguimos decifrar o sistema solar onde se destacava o terceiro
planeta a contar do Sol, a nossa Terra.
A
gravura seguinte mostrava um continente bem no meio do oceano Atlântico, que
estranho, devia ser um erro.
Olhei
para os outros que estavam completamente espantados e continuei….
Mais
em baixo, havia uma espécie de cataclismo que engolia o continente e um monte
de pessoas pequeninas que fugiam para uma de nove montanhas altíssimas.
No
meio da parede, a Joana tocou uma imagem que mostrava pessoas que se desfaziam
em pontinhos e viajavam em direção ao Sol.
Na
última imagem, a maior e mais nítida de todas, estava um maravilhoso planeta com
um céu alaranjado e montanhas azuis....
–
Arya, Box o que é isto? Não
pode ser, pois não? Os Mestres da Matéria? Não, não vieram da Terra, é
impossível!
Sentei-me no chão e olhei para a
parede completamente abismado.