CAPÍTULO 3
O PLANETA OCULTO
– Vai correr tudo bem. – Disse a Joana – Vai correr tudo bem. – Repetiu baixinho, como que para nos convencer. Olhámos uns para os outros e juro que vi os olhos do Filipe a brilhar.
– Modo de navegação plasmático desativado, grande astronauta Joaresa Filéx. Iniciar plano orbital para contornar a estrela-mãe do sistema solar. – Anunciou a IA na sua voz de robô. – Quer dizer, aproximação ao planeta Oculto em 600 segundos.
– Uau, foi por um triz! Disse a Teresa.
– Mesmo, por pouco virávamos churrasco solar! – Brincou o Filipe para disfarçar o alívio que todos sentíamos.
Pouco depois, começamos a distinguir o planeta que se escondia atrás do Sol. Estava numa posição diametralmente oposta à Terra e por isso nunca podia ser observado de lá. A Teresa e a Joana colaram-se ao visor da consola e, com olhos esbugalhados, viram surgir um planeta do tamanho da terra de cor muito escura, quase preto, parece que tinha algo a protegê-lo da nossa vista e de eventuais cometas.
O holograma anunciou:
– Aterragem no planeta Oculto iminente! Quer dizer, segura-te valente astronauta Joaresa Filéx.
Entramos na atmosfera escura que rapidamente se tornou num laranja luminoso. Fomos descendo velozmente e vimos que o que parecia assustador era na verdade um paraíso!
Havia rios amarelos e brilhantes, grandes montanhas azuis e milhares de pontinhos de luz que acompanhavam a nossa descida.
Quando o vaivém tocou no solo o holograma falou:
– Sucesso, sucesso, grande astronauta Joaresa Filéx.
Quer dizer chegámos. Atmosfera composta por 79% de nitrogénio, 20% de oxigénio e 1 % de dióxido de carbono. Quer dizer, é perfeitamente respirável. Autorização para sair.
A Teresa pegou no telemóvel, virou-se para nós e disse:
– Então vamos?
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